Viva Vital Brazil! Viva a Ciência!
O primeiro nome de Vital Brazil (1865-1950) se deve à data de seu nascimento: 28 de abril, dia de São Vital de Milão. Curiosamente, o pai do cientista quis homenagear um santo católico, mas aderiu ao protestantismo anos depois, e aquele que era Mineiro da Campanha até na assinatura acabou ficando mais conhecido em nosso país que o mártir cristão da Antiguidade.
Assim como o santo, Vital Brazil se tornou um exemplo em sua área de atuação, embora tenha mantido a modéstia até o fim da vida, quando declarou: “Não me julgo nenhum herói. Fiz uma parte do muito que gostaria de fazer pela humanidade”. Famoso por ter salvado inúmeras vidas humanas atingidas por venenos de serpentes, ele evitou muitas outras mortes durante epidemias. Cólera-morbo, febre amarela, peste bubônica, tifo e varíola foram algumas das doenças combatidas por Vital desde a última década do século XIX, época em que atuava como médico sanitarista no interior paulista, muito antes de ser reconhecido como pesquisador. Um dos primeiros inspetores sanitários do Estado de São Paulo, trabalhou com Oswaldo Cruz, Adolfo Lutz e Emílio Ribas.
O campanhense nascido há exatos 156 anos tinha preocupação especial com a “educação sanitária do povo”. Em 1918, sob sua direção, o Instituto Butantan criou o curso de Higiene Pública Elementar para capacitar professores em ações preventivas no ambiente escolar. Na aula inaugural, usando o vocabulário daquele tempo, o cientista convocou os participantes do curso “à guerra sem tréguas contra os germens das moléstias infectuosas [...], para o saneamento da sociedade”.
Fundado pelo ilustre campanhense, o Instituto Butantan produz a Coronavac, que já imunizou milhões de brasileiros e nos dá esperanças na batalha contra o Coronavírus.